quarta-feira, 15 de junho de 2011

O paradigma dos novos garimpeiros agrícolas

De uma maneira absolutamente milagrosa e sensacionalista, como que da descoberta do filão de um novo minério precioso se tratasse, a agricultura outrora menosprezada, passou a ter um estatuto rejuvenescido de salvação nacional e digna de uma discussão intensa e mediática. No entanto, mais vale tarde do que nunca e é com regozijo que finalmente se vê o mobilizar de intenções válidas e construtivas, no incentivo a medidas que no meu entender já tardavam. Neste caso em específico e reforçando a abrangência ao sector primário no geral, espero que seja um novo despertar de participação conjunta para um recomeço de uma nova era e não se fique apenas pelo vigor da manhã do síndrome da bexiga cheia, assim como um “dejá vu” de outras situações ou temas de vital importância que depois de algum tempo caem no esquecimento.

Neste regresso ao passado, as palavras terão que dar lugar a estratégias aliadas em função da exigência dos tempos que correm. Sendo assim e “E-coli´s” á parte, falo portanto em condições para que o prosperar da confiança no investimento, seja encarada como uma solução estável e não como uma temerária incerteza no futuro planeamento profissional e pessoal dos seus intervenientes. Como consequência, também a de terceiros e seus dependentes. Este impacto aplica-se e reflecte-se também ao défice de investimento estrangeiro nas mais variadas áreas. Não é possível que em cada mandato governativo e até durante os mesmos, as regras do jogo sejam alteradas quer a nível contributivo, legislativo, ou outros vislumbres marcianos do momento, impostas e feitas por “Vickings”, alheios ás especificidades de cada sector em concreto. Isso seria um regresso ao passado… á maneira da Somália.

Outra das maiores dificuldades do nosso sistema caoticamente burocrático inspirado nos “Sex Pistols”, reside no facto da inércia instalada já ser uma imagem de marca confortavelmente aceite, numa cumplicidade de organismos públicos e que incide também na falta de legislação inteligente dos processos assim como a falta de cooperação e desorganização entre as excessivas entidades envolvidas. Perante as constantes oscilações de um mercado globalizado em constante mutação e para a necessidade de adaptabilidade, assume-se cada vez mais como complemento obrigatório, a formação e informação na manutenção astuta de empresas e respectiva preservação de postos de trabalho. No âmbito agro-alimentar, directa ou indirectamente, a sintonia com as ciências de investigação, são essenciais ao ciclo da produção sustentável com qualidade e rentabilidade, até ao consumidor final.

Nesta babilónia do conhecimento em versão actualizada dos descobrimentos, desde as incubadoras académicas até aos laboratórios privados, existe uma panóplia de inovações que desafia as leis da natureza, seja através de produtos transgénicos ou manipulação genética de células humanas. Esperemos que todas estas experiências sejam efectuadas de forma responsável, para que um dia destes não tenhamos de encarar algumas cobaias políticas formatadas em figuras da mitologia grega, num qualquer filme da moda em 3D. Seria um paradigma para Portugal haver cruzamentos de ADN!…  


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