quarta-feira, 20 de julho de 2011

Paixão & Canela

A paixão é uma reacção química de energia renovável, limpa, sem aditivos e disponível na natureza humana. È como uma especiaria transversal que condimenta, um selectivo ambiente á luz de velas e de frutos vermelhos com chantilly, um banho de essências e pétalas de rosas,  incensos de canela que aromatizam e estimulam… Enfim, desperta-nos o chocolate dos sentidos e envolve-nos numa atmosfera de maresia emocional comparável aos dias solarengos de primavera. Transforma dias de chuva em arco-íris de sorrisos, que espelham e irradiam cores vivas no olhar. São sensações doces que nos preenchem e que nos fazem crescer, onde a atenção aos pormenores passa a ter outra dimensão e que nos catapulta para agarrarmos o horizonte na palma da mão… 
 
Num mundo perfeito, este floreado de palavras é como um murmúrio de um búzio impregnado de romantismo e assemelha-se a um jardim em flor regado, cuidado e tratado com carinho, assim como refeições de felicidade que nos saciam e alimentam diariamente. Quando esta paixão é aliada ao amor… então é uma força motriz poderosíssima de dopamina! Seja nas relações inter-pessoais de afectos (não  confundir com polinizações de testosterona…), seja em projectos de vida, de trabalho ou de importância pessoal, a vontade e a dedicação dispendida nas acções realizadas com gosto e empenho, normalmente dá frutos, cujo sumo amadurece-nos o paladar. Essa é a cumplicidade baseada na capacidade de acreditar nos sonhos e a emoção de os conseguir desfrutar.
Mas na verdadeira realidade, existe a formiguinha e a cigarra, as abelhas e as vespas, a fruta e a mosca, homens e mulheres de barba rija (salvo seja) … e amostras de gente! Sem dúvida que todos têm as suas características e o seu papel na diversidade própria a uma sociedade aberta, ora fluorescente, ora decadente! O que não suporto mesmo, é o pessimismo de quem apenas vê a vida a preto e branco, pregados no tempo ou noutros tempos, ofuscados pelas palas laterais nos olhos como alguns quadrúpedes, mas que esgrimem argumentos de crítica derrotista no direito á mudança, daqueles que não têm medo de ganhar asas e arriscar numa vida diferente e que faça ênfase á complementaridade do valor interior de cada um.

Personificando um pouco o mundo animal em “velhos do Restelo” e outros zombies que tais… posso até fazer uma comparação com a semelhança de alguns elefantes de orelhas abelhudas e em forma de leque para arrefecer invejas, acenando trombas cinzentas de frustração disfarçadas pelo cinismo e guiados metodicamente pela moral do cérebro nas patas! São espectadores incapazes chamados de fala-barato, de pragmatismos cáusticos e donos de supostas razões muitas vezes difíceis de entender, com um vincado carácter tipo… carapaça de tartaruga em cativeiro, mas orgulhosamente sábios de uma submissa filosofia de quintal.   

Resumindo : O grande défice de quem tem nozes e mais grave do que a falta de dentes… é a falta de visão da vida!


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